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Dinheiro é algo tão antigo quanto andar pra frente!

No livro The Internet Of Money, o autor Andreas M. Antonopoulos aborda o tema de forma simples e direta exemplificando que o dinheiro existe desde a invenção da roda, já que provavelmente ela foi trocada ou ‘comprada’ por alguém desde o início.

Essa evolução (podemos dizer que lenta), mesmo com a diferenciação de moedas por países, é algo que centraliza o poder nas mãos de governos e o tira das mãos dos donos do dinheiro.

Pagar para guardar seu dinheiro é algo que não faz sentido. Assim como os custos de conversão da moeda do país X pela moeda do país Y.

Esse modus operandi do dinheiro tem uma evolução que pode mudar tudo: stablecoin.

O que são stablecoins?

Também chamadas de moedas estáveis, as stablecoins são criptomoedas pareadas em algum ativo estável ou cesta de ativos, de modo a controlar a volatilidade. Uma stablecoin pode ser atrelada a uma criptomoeda, a uma moeda fiduciária, a metais preciosos, como ouro e prata, ou a commodities, como o petróleo.

Por que stablecoins são interessantes?

Imagine que você precisará ir para um país onde a moeda é diferente da sua. Estando no Brasil, nós temos que converter essa moeda comprando em espécie em casas de câmbio ou adicionando créditos em um cartão pré-pago que pode ser usado na moeda do local que você vai. Porém, ao fazer qualquer uma das transações, uma taxa de IOF é acrescida no valor e o dinheiro acaba saindo mais caro.

Com as stablecoins, se você precisa da moeda em Dolar, por exemplo, você pode adicionar o valor necessário em uma carteira de cripto comprando USDT, por exemplo, e a mesma ficará disponível em qualquer lugar do planeta (ou galáxia) valendo o mesmo montante lastreado no Dolar. Isto é, se a moeda sobe ou desce em relação ao Real, você terá basicamente o mesmo valor.

No painel Stablecoins e Pagamentos que aconteceu em um dos palcos do BlockchainRio Festival, uma das principais discussões foi a evolução do uso de stablecoins como meio de pagamento.

Um exemplo muito legal que foi citado na apresentação foi a ferramenta Swapix, que é um serviço que permite o pagamento de qualquer coisa que aceitar pix utilizando criptomoeda. Isto é, um cachorro quente que você comprar na esquina, se o vendedor aceitar pix, já é possível pagar utilizando a cripto em tempo real.

Se parar para pensar nessa possibilidade, isso muda tudo!

Se o mundo evoluir para ter esse tipo de transação financeira, em um futuro longínquo será possível você ter uma só moeda e convertê-la em compras em qualquer lugar do mundo, em tempo real.

O Brasil e sua carteira de cripto internacional

Hoje, o Real é uma moeda Non Deliverable Currency, o que nos impede de usá-la em outros países. Ou seja, sempre teremos que convertê-la para uma moeda internacional e arcamos com as “perdas” no meio do caminho, seja com IOF, taxa cambial, custo de transação, markup do banco, etc.

Mas um movimento muito interessante vem acontecendo em terras brasileiras. O próprio Banco Central do Brasil está trabalhando na criação de uma carteira de criptoativos internacional que irá viabilizar a conversão do que é Real para qualquer moeda no mundo.

Quem sabe não teremos uma carteira digital mais fácil de utilizar em nossas viagens?

Um caminho interessante mas que, tendo o governo por trás, poderá deixar de ser descentralizado (conforme proposta do próprio formato).

Uma tendência

Existe uma forte tendência para que os estabelecimentos aceitem cripto como meio de pagamento. Já vimos vendas de carros e imóveis utilizando o formato, mas o caminho é a possibilidade chegar também em compras de ticket baixo, como o exemplo do cachorro quente.

A cidade do Rio de Janeiro, considerada o berço da blockchain no Brasil, já vem trabalhando para aceitar o pagamento de tributos municipais utilizando criptomoeda.

Há um tempo atrás foi lançado novo padrão de token não transferível (SBT) na rede Ethereum, o que permite a interação na vida real com uma espécie de Open Bank onde teremos um histórico de “bom pagador”. Isto é, com as assinaturas de cada transação sendo realizada com SBT, garantiremos, de forma anônima, o “caráter” de cada usuário.

O legal desse formato é que podemos remover o mediador (bancos, casas de câmbio, governo, etc) e levaremos a confiança ponto a ponto de uma transação comercial.

Stablecoins no dia a dia das empresas

Aqui na Orbital nós tivemos um insight neste painel. Estamos estudando uma forma de criar um novo formato de remuneração complementar através de stablecoin.

Essa movimentação será um projeto de pesquisa para entender qual o movimento natural de uma pessoa quando se tem dinheiro em moeda digital conquistada a partir da atuação profissional, como o “dinheiro de verdade”.

Assim que desenharmos esse formato, compartilharemos o resultado do estudo por aqui. Fique ligado!


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